Quem um dia te fez
Chora
Quem um dia te amou
Morre
Quem um dia escreveu
Sumiu
Quem um dia te acordou
Ainda não voltou
Enquanto você ensaia mudanças
O mundo respira
Fala alto
Atrasa horas e horas
Porque te espera
E você não vem
Você morre a cada segundo
Já acenderam velas
Rezaram terços
Beijaram o ar
Agora o brilho
Já é opaco
Cadê você?
Abra os olhos
Volte para mim
Que corra a alma solta
Colorida
Como antes era o sempre
Entre cortes e paredes
Ainda enxergo você
Relaxe o braço
Até a ponta dos dedos
Cansados
Encha os pulmões de verde
Estique o braço que está sobre o peito
Esfregue nos olhos
Fechados
O sono do corpo inteiro
E imagine amores
Passando sem ver você
Leve sua casa para onde for
O clichê pode ser interessante
Mas para entender isso
Você só precisa de uma coisa:
acordar
sexta-feira, 19 de outubro de 2007
terça-feira, 2 de outubro de 2007
Puta
Comprei o baú inteiro
Jóias e jóias marcaram tempos
Desfilaram festas
Enterraram almas
E se fizeram herança
No vaivém da dança
Acompanharam donas e santas
Dormiram em cabeceiras de mármore
Multiplicando a frieza que brilha
Meretrizes, mulatas e malandros
Carregam o reinado nos bolsos
Seus pés gastos beijam ruas
Que ficam para trás
A cama é mais justa do que roupa de puta
Para quem divide o lençol
Abraça o sujo
E acorda atrasado cheio de culpa
As jóias esquentam no sol
Pelo corpo da Puta rica
Cujo corpo arde de graça
Na beira do rio
E ninguém faz nada.
Jóias e jóias marcaram tempos
Desfilaram festas
Enterraram almas
E se fizeram herança
No vaivém da dança
Acompanharam donas e santas
Dormiram em cabeceiras de mármore
Multiplicando a frieza que brilha
Meretrizes, mulatas e malandros
Carregam o reinado nos bolsos
Seus pés gastos beijam ruas
Que ficam para trás
A cama é mais justa do que roupa de puta
Para quem divide o lençol
Abraça o sujo
E acorda atrasado cheio de culpa
As jóias esquentam no sol
Pelo corpo da Puta rica
Cujo corpo arde de graça
Na beira do rio
E ninguém faz nada.
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