Quero tomar um café com você
Em Bajo Caracoles
Bem na época em que de lá o vento foge
Quero encontrar seus dedos
passeando pelos grãos de açúcar caídos na mesa
Depois de um tempo,
Se houver alguma chance, você estará um gelo
Pouco à vontade
Pela saudade que sopra qualquer palavra boba
Ou então,
vai procurar meus olhos
assim que tirar o óculos
E, em um corredor de ar,
Vai me dizer tudo
Em silêncio
Talvez me mande embora
pague a minha passagem de volta
para não se incomodar
Você poderia me visitar
Jogar na minha cara tudo que fiz
Chorar a dor
E me beijar de amor
Quem sabe mandar um recado?
Eu poderia mandar uma carta
Só para você abrir
E descobrir o meu amor
Como se fosse novidade
E se você não abrir?
Eu viajo para longe
Esqueço o seu endereço
O seu nome e o seu cheiro
Eu podia parar de pensar
E agir na sua direção
Mesmo que não adiante
Mesmo que eu sinta medo
Eu só queria me encontrar em você.
segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008
quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008
Um par.
Me convidei para passear
E foi tão bom
E foi tão ruim
Os dedos dos pés molharam na grama
Congelaram com o tempo
Ficaram duros como pedra
As pernas
(de fora)
Corriam para esquentar
Ou fugiam para não entrar na casa
Vazia
Contei as horas
Os minutos
E todos meus segredos
Para o alto do muro
Com a mão direita
Toquei o ombro esquerdo
Com a mão esquerda
Toquei o ombro direito
Joguei a cabeça para cima
E esperei
Mas por trás do muro não havia ninguém
Molhei os joelhos na grama
Agarrei o escapulário
Juntei as mãos e pedi:
Um par de olhos
Para me cuidar enquanto durmo
Um par de mãos
Para me puxar de volta quando eu quiser partir
Um par de pernas
Para me abraçar durante as noites
E ganhei
Um par de silêncio
Em meus ouvidos
Julia Duarte
E foi tão bom
E foi tão ruim
Os dedos dos pés molharam na grama
Congelaram com o tempo
Ficaram duros como pedra
As pernas
(de fora)
Corriam para esquentar
Ou fugiam para não entrar na casa
Vazia
Contei as horas
Os minutos
E todos meus segredos
Para o alto do muro
Com a mão direita
Toquei o ombro esquerdo
Com a mão esquerda
Toquei o ombro direito
Joguei a cabeça para cima
E esperei
Mas por trás do muro não havia ninguém
Molhei os joelhos na grama
Agarrei o escapulário
Juntei as mãos e pedi:
Um par de olhos
Para me cuidar enquanto durmo
Um par de mãos
Para me puxar de volta quando eu quiser partir
Um par de pernas
Para me abraçar durante as noites
E ganhei
Um par de silêncio
Em meus ouvidos
Julia Duarte
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