quarta-feira, 6 de maio de 2009

A espera

Ela vive assim

Implora paciência
Ajoelhada em cima da espuma
para fugir do repuxo

Reza solidão
mordendo um terço
cheio de água salgada

A espera
E mais nada

Sua vida
é a garantia
de uma paz adiada

Sua energia
é escassa
e dolorida em cada ponta

do corpo
saem estrelas de chumbo
que pesam as pontas dos cabelos

uma trança
de esperança
e a tontura de um litro de vinho

estragado

A espera
dela
é a minha dor

A vida dela
é a minha pauta

A vida dela
é a minha

Porque ela é minha
e dos meus irmãos.



Julia Duarte.