sexta-feira, 25 de novembro de 2011

A prisão do não querer querer

Meu desejo
eu guardo quente

No verso da língua,
no teto das mãos

Escondo tudo
como se fosse maldição

Há meses
vivo o que não vivo

Não abro a boca
nem as pernas

Acumulo o que sinto
Aperto o cinto do útero

Esmago o desejo
com medo da sua ausência

Julia Duarte

domingo, 6 de novembro de 2011

Volta

A falta
é um espaço preenchido de saudade
cheio de esperança

O presente
é o passado amadurecido
enraivecido pelo que não aconteceu

Você
é meu coração batendo forte
minha companhia quando fecha a cortina dos olhos

Meu caderno em branco
é o cansaço
de não te ter

Você é a minha companhia
sem nem sequer saber

Julia Duarte