O cérebro esquentou a noite
Aprisionou seu sono
Com linhas pretas
E uma agulha
Há de costurar a ferida
Enquanto a repulsa morre
E aos poucos seus olhos abrem
O cheiro de vida levanta
Como poeira que sobe
Para espirrar a dor
É preciso um tanto de liberdade
Foi quando saiu dos cantos
Removeu suas células perdidas
E pediu socorro
Mal sabia que colocar o vírus para fora
É dar as mãos para as cores
E largar as dores
Julia Duarte
segunda-feira, 21 de janeiro de 2008
sexta-feira, 18 de janeiro de 2008
Para sempre.
“Eu estou pronta para ser feliz”
Disse ela com uma bolsa na mão.
Saiu para ver o mar
Escreveu linhas e linhas na areia.
Esperou a onda apagar
Guardou a lágrima atrás dos olhos
E foi embora para sempre
Disse ao taxista que tinha uma fantasia
Mostrou as pernas tenras
Molhou os lábios com a lingua
Descansou a mão no seio esquerdo
Era dor no coração
Pediu para descer antes
Cobriu as pernas enquanto andava desolada
Quando o vento nasceu de costas para o mar
Veio de repente a força que balançou sua blusa
Como se fosse uma cortina
Foi então que apareceu a janela de sua alma
E ela resolveu voltar para sempre
Julia Duarte
Disse ela com uma bolsa na mão.
Saiu para ver o mar
Escreveu linhas e linhas na areia.
Esperou a onda apagar
Guardou a lágrima atrás dos olhos
E foi embora para sempre
Disse ao taxista que tinha uma fantasia
Mostrou as pernas tenras
Molhou os lábios com a lingua
Descansou a mão no seio esquerdo
Era dor no coração
Pediu para descer antes
Cobriu as pernas enquanto andava desolada
Quando o vento nasceu de costas para o mar
Veio de repente a força que balançou sua blusa
Como se fosse uma cortina
Foi então que apareceu a janela de sua alma
E ela resolveu voltar para sempre
Julia Duarte
Vivo só.
Era uma tarde desesperada
No vento
A porta dançava
Enquanto ele escrevia
Entre virgulas
O nosso amor nascia
Dando adeus a mais uma página
Em branco
Enchia os pulões de mim
No cigarro que segurava com o indicador e o dedão
E apagava na sola da bota
Amontoando um cancer no cinzeiro
“você já pensou em ir embora?’’
Sua voz morreu em meu silêncio
Ele é que pensava em partir
Hoje sei o covarde que era
Antes de dormir ao meu lado
Mal me olhava no olho
“Eu te amo”
E o amor dele morria quando terminava de pronunciar o “o”.
Sequei de amor
E vivo só
Não me amo mais do que um segundo
Que acaba quase antes de começar.
Julia Duarte
No vento
A porta dançava
Enquanto ele escrevia
Entre virgulas
O nosso amor nascia
Dando adeus a mais uma página
Em branco
Enchia os pulões de mim
No cigarro que segurava com o indicador e o dedão
E apagava na sola da bota
Amontoando um cancer no cinzeiro
“você já pensou em ir embora?’’
Sua voz morreu em meu silêncio
Ele é que pensava em partir
Hoje sei o covarde que era
Antes de dormir ao meu lado
Mal me olhava no olho
“Eu te amo”
E o amor dele morria quando terminava de pronunciar o “o”.
Sequei de amor
E vivo só
Não me amo mais do que um segundo
Que acaba quase antes de começar.
Julia Duarte
sexta-feira, 4 de janeiro de 2008
Para não perder o costume
O meu peito dói quando eu toco
E eu sempre toco
De cinco em cinco minutos
Dou uma cutucada
E eu sempre toco
De cinco em cinco minutos
Dou uma cutucada
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