Mudo
Com tudo que carrego no bolso:
um par de luvas,
um caderno e dois terços.
Um terço é para pedir
o outro, para agradecer.
De joelhos
em cima da capa-dura.
Quando as luvas
Abraçam os dedos
Prorrogo
as marcas das digitais
Pelo menos
Até que as dobradiças façam reverência
As portas se abram
E o tapete se alongue no chão
Quero um jardim
Cheio de plantas
E sombras
Uma carruagem
Cheia de cavalos
E convidados.
Quero servos
Sem cérebros
E dentes
Uma dama de honra
Com a bandeja na extensão do braço
Oferecendo-me
A minha coroa.
Julia Duarte.
sábado, 4 de abril de 2009
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6 comentários:
gostchei!
Julia, já fazia um tempinho que não passava por aqui...
muito bom...gosto demais!!!
E o dia que o diabo olhar pra mim...
No dia em que o Diabo olhar para mim, um sorriso será o suficiente.
eu já vi o diabo, ele me ofereceu emprego, casa, roupa lavada e muito sexo, aceitei na hora e hoje estou aqui. ;P
E hoje em dia, como é que se diz eu te amo?
Júlia,
a sua poesia é maravilhosa, sensível, dócil e comovente. eu nunca vi o diabo nem quero ver de longe, agora a sua poesia, bem de pertinho, tá!
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