Não vejo sentido
no vestido comprido que eu desfilo
só para me esconder
Adio encontros
e me desencontro na solidão
que eu escolhi sem saber
Corto palavras
e espalho suas partes
de modo que não as consigo ler
Busco no ar
as melodias das preces
que eu acabei de esquecer
No espelho
está a menina
que vive um passado presente
Me falta
o parar
Julia Duarte
quarta-feira, 13 de julho de 2011
Assinar:
Postar comentários (Atom)
3 comentários:
Julia,
não lhe sobra só o pensar, o seu texto jorra poesia, sensibilidade e beleza. "vestido comprido que eu desfilo só para me esconder" isso é lindo, isso que é alma feminina de menina que vive um passado na própria presença. Parabéns!
Muito atrasada, mas obrigada, Mauro. Lindas são as suas palavras! Beijos
des(a)fio a fio
a teia é tecida
no crepúsculo
dos dias sonhos
pedra-pétalas
de crisântemos
explodem o ar
onde cresce um
lótus no alvorecer
da alma distante
e vai me abrindo sedosa
- pétala por pétala –
a tua língua silenciosa
www.escarceunario.blogspot.com
www.setecetaras.blogspot.com
Postar um comentário