Encolhi os braços
para encaixar no desenho que você fez de mim
Arregalei os olhos
e apertei a boca
Foi quando ví
que o recheio dos teus traços
não era eu
Cresci na melodia
da música
que você escreveu
Mas a serenata
nunca subiu
pelo pé da minha janela
Virei o enigma
de um texto hermético
Como um chumbo
que cai na água
caí na cama
Macia
de abraço certo
Chorei
e me expulsei
criança
Vomitei versos
impressos no chão
A poesia marca o tapete.
Julia Duarte.
terça-feira, 16 de setembro de 2008
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Um comentário:
lindo, orgânico. vamos fazer um livro?
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