sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Às vezes decido não te amar.

Me sento
de frente para o tempo


E lembro


De quem me esculpiu
em carne
e sangue

De quem me refilou
com a ponta dos ossos
de um corpo cansado

De quem colocou a mesa
e me esperou
com a comida quente

Por noites
e noites

Lembro

De quem acordou
dormindo

Olhou pra mim
e disse:


_




Lembro até hoje
Quando volto
no tempo


Às vezes decido
ir embora

E voltar a amar você.





Julia Duarte.

Um comentário:

Jessica Richetti disse...

faz um jazz com os teus versos, canta a poesia descompassada pro mundo. estás aí tão anônima mas tão viva que me sinto aflita de te ver em versos e só. te amo.