Mexe
E pede um gole
Dispensa
O casaco
Beija o ar
De fumaça
Sua o que
Pediu no balcão
Desliga
Do mundo
Fecha
Um olho
Abre
O outro
A caixa
Estoura
E leva
Embora
Uma alma
Sã
Estica
No cimento
E pede carona
Com o que restou.
Julia Duarte
terça-feira, 27 de maio de 2008
Vem?
Arrepia o corpo
No meu
Sobe e desce
O calor
Abraça
Pele com pele
Fala baixo
No ouvido
Beija
Meu beijo
Olha
Pra cima
Me sente
De baixo
Vira
A página
Respira
O lençol
Segura
A cama
Luta
As pernas
Relaxa
Sem dor
Mexe
O pescoço
Me encontra
De olhos
Pintados
Julia Duarte
No meu
Sobe e desce
O calor
Abraça
Pele com pele
Fala baixo
No ouvido
Beija
Meu beijo
Olha
Pra cima
Me sente
De baixo
Vira
A página
Respira
O lençol
Segura
A cama
Luta
As pernas
Relaxa
Sem dor
Mexe
O pescoço
Me encontra
De olhos
Pintados
Julia Duarte
quarta-feira, 21 de maio de 2008
Eu cuido da casa
Acendo a vela
Te confundo
Com o contorno
Dos móveis
Imóveis
Do livro de receitas
Me faço Chef
Da solidão
Me sirvo
Inerte
Junto
Cílios com cílios
Enrolo o terço
E me apago
De ti
Lembro
Inconsciente
Quando doente
Fico assim
Sem fim
A casa grita
No eco
Da tua ausência
Descabida
As roupas vazias
Não dançam
E descansam
Murchas
De você
Pego o terço
E mordo
E cuspo
E quebro
Pego a vela
E derreto
Até queimar
Os dedos
Abro a bíblia
E faço de cada
Página
Mil
Pe-da-ci-nhos
Julia Duarte.
Te confundo
Com o contorno
Dos móveis
Imóveis
Do livro de receitas
Me faço Chef
Da solidão
Me sirvo
Inerte
Junto
Cílios com cílios
Enrolo o terço
E me apago
De ti
Lembro
Inconsciente
Quando doente
Fico assim
Sem fim
A casa grita
No eco
Da tua ausência
Descabida
As roupas vazias
Não dançam
E descansam
Murchas
De você
Pego o terço
E mordo
E cuspo
E quebro
Pego a vela
E derreto
Até queimar
Os dedos
Abro a bíblia
E faço de cada
Página
Mil
Pe-da-ci-nhos
Julia Duarte.
quinta-feira, 8 de maio de 2008
Acredita.
Cospe em pautas de música
Acredita o teu sangue
Sangra o lápis
Na ponta dos dedos
E acredita a tua dor
Treme o músculo
no ritmo do palco
E acredita a tua fadiga
Chama o teu suor
Em volta da fogueira
E acredita a tua chuva
Carrega o teu filho
Nas costas deitadas
E acredita a tua vida
Convoca os santos
Espanta a noite
E acredita a tua alma
Guarda um segredo
Faz dele uma arma
E acredita o teu mistério
Vomita a tua culpa
Vai embora para sempre
E acredita na leveza
Julia Duarte.
Acredita o teu sangue
Sangra o lápis
Na ponta dos dedos
E acredita a tua dor
Treme o músculo
no ritmo do palco
E acredita a tua fadiga
Chama o teu suor
Em volta da fogueira
E acredita a tua chuva
Carrega o teu filho
Nas costas deitadas
E acredita a tua vida
Convoca os santos
Espanta a noite
E acredita a tua alma
Guarda um segredo
Faz dele uma arma
E acredita o teu mistério
Vomita a tua culpa
Vai embora para sempre
E acredita na leveza
Julia Duarte.
segunda-feira, 5 de maio de 2008
Lembro
Lembro do adeus
Que guardei
Nas mãos
Que não acenaram
Lembro do beijo
Que carrego
Até hoje
Dentro da boca
Lembro da carta
Que guardo
No guardanapo
Amassado
Lembro da foto
Recém tirada
Com a dedicatória
Em branco
Lembro da noite
Triste
Que ensaiei
A serenata
Lembro da dor
Que guardo nas costas
Embaixo da nuca
Pelada
Lembro do amor
Que nunca te dei
Lembro de você
E sufoco.
Julia Duarte.
Que guardei
Nas mãos
Que não acenaram
Lembro do beijo
Que carrego
Até hoje
Dentro da boca
Lembro da carta
Que guardo
No guardanapo
Amassado
Lembro da foto
Recém tirada
Com a dedicatória
Em branco
Lembro da noite
Triste
Que ensaiei
A serenata
Lembro da dor
Que guardo nas costas
Embaixo da nuca
Pelada
Lembro do amor
Que nunca te dei
Lembro de você
E sufoco.
Julia Duarte.
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