segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Ficar viuva é viver uma lacuna da vida.

Deu adeus ao santo
E dormiu sem rezar

De lágrimas secas
fazia-se o canto do olho
Quando acordou

Vestiu o luto
Saiu a beber
Repetindo palavras
e tremendo a voz

De caneta na mão
Se pôs a desenhar
caricaturas
Em ziquezague

Despediu-se
da garrafa
que como ela
figurava vazia

A capa preta
amorteceu os pingos grossos
quando o céu chorou
a sua volta

Já era dia
quando ela
rezou só

por um dia de sono
e uma vida
sem lacunas



Julia Duarte

2 comentários:

Anônimo disse...

necessario verificar:)

Julia Duarte disse...

Who i'm talking to?