quarta-feira, 6 de maio de 2009

A espera

Ela vive assim

Implora paciência
Ajoelhada em cima da espuma
para fugir do repuxo

Reza solidão
mordendo um terço
cheio de água salgada

A espera
E mais nada

Sua vida
é a garantia
de uma paz adiada

Sua energia
é escassa
e dolorida em cada ponta

do corpo
saem estrelas de chumbo
que pesam as pontas dos cabelos

uma trança
de esperança
e a tontura de um litro de vinho

estragado

A espera
dela
é a minha dor

A vida dela
é a minha pauta

A vida dela
é a minha

Porque ela é minha
e dos meus irmãos.



Julia Duarte.

3 comentários:

Renata de Aragão Lopes disse...

Sei bem como é...

Eduardo Barbossa disse...

Ótima poesia Julia... Você escreve do jeito que eu gosto. estou seguindo você.

Um grande abraço.

Eduardo

PS: Quando tiver um tempinho faça-me uma visita e conheça meu trabalho.

cláudia nunes disse...

ma faz pensar, adorei, tenho um texto com esse memso titulo, tantas abordagens para uma mesma palavra...
ah tantas vidas...amei a poesia!
saudades tuas