quarta-feira, 29 de agosto de 2007

Escuro

A boca toca e pede
O beijo
Eu entrego e viro
Fogo

Você olha
E vem
Abraça o pranto
Que desfaz

Dor

Eu subo
E desço em você
Na pele branca
Da carne

Viva

Descoberta
Eu durmo


E hoje
Eu não sei
(juro que não sei)
O que fazer com o resto
Do seu cheiro

Talvez eu guarde
No fundo na alma
E ressuscite
Num dia longo

Porque os dias ruins demoram

E entram
por baixo da porta
Pela fresta da porta
Pelo sopro do vento

De repente

Fecho os olhos
E você vem
Abro os olhos e você vai

Apago a luz e você aparece.

2 comentários:

Fernando Volken Togni disse...

o final é bom, eu diria, apoteótico.
hoje me disseram que os dias ruins são mais longos. coincidência fantástica. saudades de ti. abraço!!

xera disse...

gosto muito da maneira rápida que escreves e como as coisas vão ganhando sentido ao longo dessa corrida. "sereia" é uma das melhores coisas que eu li hoje.