Era uma tarde desesperada
No vento
A porta dançava
Enquanto ele escrevia
Entre virgulas
O nosso amor nascia
Dando adeus a mais uma página
Em branco
Enchia os pulões de mim
No cigarro que segurava com o indicador e o dedão
E apagava na sola da bota
Amontoando um cancer no cinzeiro
“você já pensou em ir embora?’’
Sua voz morreu em meu silêncio
Ele é que pensava em partir
Hoje sei o covarde que era
Antes de dormir ao meu lado
Mal me olhava no olho
“Eu te amo”
E o amor dele morria quando terminava de pronunciar o “o”.
Sequei de amor
E vivo só
Não me amo mais do que um segundo
Que acaba quase antes de começar.
Julia Duarte
sexta-feira, 18 de janeiro de 2008
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário